O recurso às calculadoras na aprendizagem da Matemática no ensino básico continua a ser objecto de polémica.
Existe quem considere que o seu uso impede os alunos de praticarem o cálculo, pois o facto de se
habituarem ao uso da calculadora pode ter repercussões nefastas, nomeadamente, no desenvolvimento do cálculo mental.
Por outro lado, há os defensores do seu uso, visto que a calculadora liberta os alunos dos cálculos, permitindo-lhes dedicar-se a outro tipo de actividade. Há mesmo quem defenda que as calculadoras se tornaram um instrumento indispensável na sala de aula de Matemática, permitindo dar ênfase ao trabalho com conceitos e às suas relações e não tanto às habilidades de cálculo.
Será que a calculadora pode ser um instrumento auxiliar da aprendizagem?
Se o uso calculadora for um meio de o aluno deixar de saber quanto é 6 x 7 e de não ter a noção se será um número maior ou menor que 30, então é evidente que foi habituado a um uso impróprio desta tecnologia.
Mas deveremos deixar de usar a calculadora porque há alunos que a usam indevidamente?
O Novo Programa de Matemática refere que a “utilização da calculadora pode auxiliar na exploração de regularidades numéricas, em tarefas de investigação, ou seja, em que o objectivo não é o desenvolvimento da capacidade de cálculo mas sim outras aprendizagens que a tarefa envolve” (p. 14), referindo, repetidamente, que ela “não deverá ser utilizada pelos alunos para a execução de cálculos imediatos que se efectuam rapidamente usando estratégias de cálculo mental”.
É importante que o recurso à calculadora pelas crianças seja feito com a supervisão do professor, em condições que este considere convenientes. A calculadora em si mesma não é um bom ou um mau recurso; depende de “como” e “quando” é utilizada.
Fonte: Manual Escolar 2.0 da Sebenta