Olá a todos!!!
No final do ano lectivo anterior, os alunos da turma do 6º Ano elaboraram alguns textos tendo como base o Cilindro de Revolução e o Círculo. O principal objectivo da actividade era que os alunos introduzissem os conceitos matemáticos aprendidos na sala de aula e os colocassem em prática na elaboração de uma composição.
O resultado foi verdadeiramente fascinante 😉
No que se segue podem ler dois textos que resultaram da simples inspiração dos alunos 🙂
Texto A:
A nave espacial aproximava – se de um planeta estranho, nunca antes visto, chamado Planeta Cilindro. Era um planeta com a forma de um cilindro de revolução, em que as bases eram círculos geometricamente iguais e paralelos e a sua superfície lateral era curva. Como era um planeta estranho, se o desmontássemos e fizéssemos a sua planificação obteríamos dois círculos e um rectângulo.
Durante a viagem o Guilherme e a Margarida encontraram um cilindro. Era um cilindro invulgar pois dava para abrir, porém estava fechado com um loquete. Parecia guardar algo muito valioso.
Mal chegaram ao planeta, viram que os habitantes tinham a cabeça com a forma de uma esfera, com a circunferência bem delineada à sua volta. O corpo, as pernas e os braços tinham a forma de cilindros. O nariz e os olhos eram circunferências e a boca uma corda, que se unia de um ponto da circunferência a outro ponto da circunferência, mas sem passar pelo nariz. Contudo esta boca não tinha um sorriso, revelando infelicidade.
– Mas estes habitantes estão tristes! Porque será? – Perguntou o Guilherme à amiga.
– De facto não sei, mas estou desejosa de saber. – Respondeu a Margarida. – Vamos investigar…
No planeta Cilindro, quase tudo era cilíndrico, até as casas tinham a forma de cilindros. Raras eram as coisas que tinham outras formas como as portas e as janelas que tinham uma forma rectangular. A chaminé era também cilíndrica e no cimo tinha uma semicircunferência que girava ao sabor do vento.
– Aqui, é tudo muito estranho…- comentaram os amigos.
Este planeta tinha os seus movimentos parecidos com os da Terra, o movimento de rotação, em volta de si mesmo e que dava origem aos dias e às noites e por isso o dia também tinha 24 horas. No entanto, não fazia o movimento de translação à volta do Sol, e por isso não havia as 4 estações do ano, era sempre Primavera.
Repararam que a vida daqueles habitantes, era muito semelhante à vida dos habitantes do planeta Terra, embora as actividades estivessem adaptadas às suas características físicas. Mas tal como os segmentos de recta que têm um princípio e um fim, também eles nasciam e morriam. Os dois amigos prosseguiram o seu caminho em busca de uma resposta para o mistério.
Também se aperceberam de que eles gostavam muito de praticar desporto, pois
a sua forma cilíndrica não favorecia a elegância e por isso andavam muito a pé. Mas sempre que precisavam de andar de carro, era preciso muito cuidado pois quase tudo rolava naquele planeta!
– Como serão os seus automóveis? – Interrogou a Margarida insatisfeita por ainda não ter descoberto o motivo do aborrecimento dos habitantes.
Os automóveis daquele planeta, para não fugir à letra, também eram cilindros, de várias cores: verdes, azuis, vermelhos, brancos… E os pneus das bicicletas eram arcos, com raios de 13 cm e diâmetro de 26 cm. Os sinais de trânsito eram figuras planas, nomeadamente triângulo que significava perigo; quadrado, que significava obrigação e rectângulo que significava proibição. Nos semáforos, cujas bases também eram cilíndricas, estavam as três cores, dentro de semicírculos. As estradas estavam todas marcadas com segmentos de recta. Era tudo muito interessante mas continuavam sem encontrar a resposta para tanta tristeza.
A Margarida não conseguiu aguentar e logo que viu alguém, tentou descobrir o que tanto entristecia aqueles habitantes.
– Boa tarde!
– Muito boa tarde minha menina, é nova aqui, não é? – Perguntou a habitante muito simpática.
– Sou sim. Vim visitar este planeta, mas estou muito intrigada pois vejo todos os habitantes muito tristes.
– O que se passa? Parece que nem sabem sorrir! – Exclamou o Guilherme.
– Ainda não sabem? Pois então escutem com atenção: Há muitos muitos anos, foi escrita a história deste planeta num pergaminho. Esse pergaminho está guardado a sete chaves, num cilindro, juntamente com a porção mágica da felicidade.
– Onde está esse cilindro? – Perguntou a Margarida muito curiosa.
– Pois aí é que está o problema! Alguém resolveu brincar com o cilindro não sabendo o que continha. Até hoje, nunca mais apareceu. Até já colocámos anúncios no jornal “Cilindrão”, o jornal da cidade.
– Mas…- balbuciaram os dois amigos ao mesmo tempo – nós vimos um
cilindro durante a nossa viagem para aqui!
– A sério? Onde? Onde?
– Não se preocupe, nós vamos tentar encontrá-lo.
Entretanto, a notícia começou a espalhar-se pois foi tocado o sino da igreja e avisado nos altifalantes.
Passadas algumas horas, os dois amigos estavam de volta ao Planeta Cilindro e traziam com eles o tão desejado cilindro.
Os habitantes aproximaram-se dos dois amigos e o habitante mais idoso da aldeia trazia presa por um cadeado a chave do loquete. Mas só a chave, não chegava, era preciso saber o código para conseguir abrir o cilindro misterioso. Só conseguiria abrir o cilindro quem soubesse a fórmula para calcular o perímetro da base circular onde estava a fechadura. Foi então que o idoso pensou em silêncio e fez os seus cálculos:
– O perímetro de uma base circular é pi vezes o diâmetro.
Depois de ter feito os cálculos, introduziu a chave na ranhura, rodou o número de vezes que deu o resultado do seu cálculo e eis que a porta do cilindro se abriu.
Desta forma, a felicidade voltou de novo aos habitantes daquele planeta e os dois amigos foram nomeados benfeitores do reino, a quem foram erguidas duas estátuas. Mas como se tratava do Planeta Cilindro o corpo do Guilherme e o corpo da Margarida, tinham também a forma de um cilindro.
Denise Pinto – 6º Ano – C.I.C.
Ano Lectivo 2009 / 2010
Texto B:
Uma viagem pelo Universo
A nave espacial aproximava-se de um planeta estranho…A Matilde e o Rodrigo estavam amedrontados.
Quando a nave aterrou, os dois irmãos puderam verificar que acabavam de aterrar num planeta com forma de um cilindro.
Esse planeta tinha uma cor alaranjada e era enorme…
– O planeta é enorme Rodrigo! – Disse a Matilde.
-Tens razão, qual serão seu volume? Perguntou o Rodrigo.
– Segundo os meus conhecimentos matemáticos temos de utilizar 3,14 como valor de Pi e em seguida multiplicar o seu raio duas vezes. – Retorquiu a Matilde.
-Tens razão… – Afirmou o Rodrigo – Já não me lembrava das fórmulas… E se eu quisesse vedar o planeta… o que tinha de fazer?
-Em primeiro lugar terias de calcular o seu perímetro. Para isso tinhas de multiplicar 3,14 pelo seu diâmetro. – Respondeu a Matilde.
Recordando-se do que aprendera nas aulas o Rodrigo abanou a sua cabeça concordando com o que a sua irmã acabar de dizer.
Passado um pouco… com uma voz trémula e um rosto assustado o Rodrigo disse:
– Não me comas que eu sou muito novo…
Vendo isto a sua irmã afirmou:
– Calma eu não te vou comer…
-Não és tu! É aquele monstro! – Retorquiu o Rodrigo.
– Não é um monstro é um habitante deste planeta… chama-se semicírculo. – Disse a Matilde.
– Como é que sabes? – Questionou o Rodrigo.
– Li neste livro que comprei naquele quiosque, que por acaso tinha como vendedora uma circunferência muito simpática. Para além do mais usufrui dos meus conhecimentos matemáticos. – Assegurou a Matilde.
Com um ar destemido o Rodrigo sugeriu que fossem falar com o semicírculo.
– Olá nós somos os irmãos Matilde e Rodrigo e o senhor deve ser um semicírculo. – Disse a Matilde.
– Olá! Sim sou… – Respondeu aquele ser diferente mas fascinante. – De onde vieram?
– Viemos da Terra e a nossa nave aterrou aqui. – Retorquiu o Rodrigo.
– Interessante… Querem que vos faça uma visita guiada? – Perguntou o semicírculo.
– Seria agradável! – Retorquiram ambos.
E assim foi, os dois irmãos entraram para o carro do semicírculo, que por acaso tinha a forma de um rectângulo. Colocaram os cintos que eram arcos e partiram à descoberta de novas aventuras.
Fizeram uma paragem na casa do semicírculo e puderam verificar que a mesma era constituída por duas figuras planas, penso que eram quadrados, claro que tinham as medidas de todos os lados iguais.
À semelhança do planeta Terra aqueles habitantes também estudavam e trabalhavam. Os estudantes estavam a aprender que um rectângulo e dois círculo correspondem à planificação de um cilindro, quando o perímetro das bases é igual ao comprimento ou à largura do rectângulo. Os dois irmãos aprenderam ainda que nesse planeta a manhã tinha a duração de 16h e a noite a duração de 14h, sendo um dia constituído por 30h.
Fora um dia bem passado, apesar de tudo os dois irmãos tinham que voltar a casa.
Pela tardinha o semicírculo levou-os de novo à nave espacial.
Antes de partirem, Matilde e Rodrigo agradeceram ao seu guia turístico e ofereceram-lhe uma pulseira, com a forma de um círculo a simbolizar a amizade que sempre os iria unir.
De regresso a casa os dois irmãos relataram aos pais a sua aventura. À noite ambos sonharam com o seu dia e em especial com os conhecimentos que adquiriram e com o novo amigo que fizeram.
Ana Carolina Félix, 6º ano
Ano Lectivo 2009 / 2010